quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ABNT - Tarefa 2


Tarefa 2 - Assunto: Metodologia, Método,Técnica e Tipos de Pesquisa


Disponível a partir de: segunda, 15 outubro 2012, 08:00
Prazo final: domingo, 21 outubro 2012, 23:00

Esta tarefa fará parte de sua avaliação.
 Nota da Tarefa: 15 pontos.

Questões:

01) [2 pontos] Preencha o espaço em branco com uma palavra que complete corretamente a alternativa:

a)      O __Método____ é um “conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.

b) Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de ___Técnica___ adequadas, capazes de coletar dados suficientes, de modo que deem conta dos objetivos traçados.


01) [2 pontos] Segundo sua Finalidade ou Natureza as pesquisas podem ser classificadas em básica ou aplicada, explique em poucas palavras o que é :

a) pesquisa básica:

Pesquisa Basica: reúne estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento. Ou seja, objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais


b) pesquisa aplicada:

Pesquisa Aplicada: abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem. Ou seja, objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais


03) [1 ponto] A hipótese é a essência do método científico porque?

a) ela é uma resposta provisória e testável ao problema de pesquisa.
b) pode ser formulada como sentenças interrogativas.
c) a estratégia essencial do método científico é observar fatos.
d) problema e hipóteses de pesquisa são a mesma coisa.
e) é teórica e não testável.


04) [1 ponto] Com relação aos instrumentos de coleta de dados em pesquisa quantitativa pode se destacar como os mais utilizados:

a) observação participante e questionários.
b) questionários e estudos de caso.
c) questionários e experimento.
d) observação participante e estudos de caso.
e) experimento e estudo de caso.


05) [9 pontos]. Sabemos que de acordo com as técnicas ou métodos empregados na pesquisa temos diferentes tipos de pesquisa, tais como: Bibliográfica, Documental, Ex post facto, Experimental, Ação, Participante, Estudo de caso, Levantamento, etc. Complete cada uma das frases com o tipo de pesquisa. Cada tipo de pesquisa só pode ser utilizado uma única vez nas frases, portanto você deve observar em detalhes o tipo de pesquisa mais adequado para cada situação, ou seja, o tipo de pesquisa que descreva de maneira mais completa e adequada cada situação descrita:


a) Uma pesquisa ______________________ foi realizada a respeito de determinado processo industrial, objetivando conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre o tema. Para tanto o pesquisador realizou uma leitura atenta e sistemática que se fez acompanhar de anotações e fichamentos de livros e artigos científicos.

b) Uma pesquisa, visando testar uma hipótese, envolvendo um grupo controle (que não foi tratado) e outros grupos nos quais houve a manipulação de variáveis independentes foi realizada. Foram utilizadas rigorosas técnicas de amostragem para aumentar a possibilidade de generalização das descobertas realizadas. Este tipo de pesquisa é denominada de pesquisa ____________________________.


c) Uma pesquisa ______________________ foi realizada a respeito de determinada doença, objetivando conhecer os dados disponíveis sobre o tema. Para tanto o pesquisador realizou uma busca atenta e sistemática em hospitais públicos e privados visando obter os percentuais de pessoas doentes, taxa de internação e mortalidade ocasionada pela doença nos últimos 5 anos.


d) Uma pesquisa ______________________ foi realizada para verificar se pessoas que fumaram a vida toda possuem maiores chances de desenvolver doenças cancerígenas no pulmão. Para tal trabalho foram procuradas pessoas com câncer de pulmão e verificado se essas pessoas nunca fumaram ou se fumaram ao longo de sua vida, para se desenvolver a pesquisa correlacional.


e) Visando descobrir qual a preferência de determinada população por alimentos, uma entrevista com 10 questões foi aplicada a 20% das pessoas do grupo de interesse, sendo que essa percentagem foi escolhida de maneira completamente aleatória, por meio do desenvolvimento de sorteio. Para tanto podemos dizer que os resultados obtidos foram provenientes de uma pesquisa do tipo _______________ .

f) Um pesquisador passou 2 anos vivenciando a realidade dos operários de uma indústria automobilística da Grande São Paulo. A pesquisa _________________ que o pesquisador conduziu deve ser capaz de ilustrar os problemas vivenciados por essa classe de trabalhadores da indústria de automóveis estudada.


g) Um estudante da pós-graduação da UTFPR do curso de gestão ambiental, realizou uma pesquisa ___________________ sobre aproveitamento de resíduos gerados nas propriedades rurais do oeste do Paraná. A pesquisa foi desenvolvida com o pesquisador e os moradores das propriedades com a mesma estratégia de ação, ou seja, desenvolver uma técnica de aproveitamento dos resíduos gerados minimizando os impactos ambientais, o resultado do trabalho mostrou-se inovador e muito útil.


h) O acompanhamento do número de motores produzidos por uma indústria durante vários dias de trabalho foi acompanhado pelo pesquisador. Um modelo computacional foi utilizado para estudar a situação e por meio da análise dos dados reais e computacionais o pesquisador apresentou a pesquisa _________________ realizada por ele em um seminário de pesquisa.


Matéria ABNT - Ciência e Conhecimento Cientifico


Ciência e Conhecimento Científico
Na nossa vida quotidiana necessitamos de um conjunto muito vasto de conhecimentos, relacionados com a forma como a realidade em que vivemos funciona, temos que saber como tratar as pessoas com as quais nos relacionamos, temos que saber como nos devemos comportar em cada uma das circunstâncias em que nos situamos no nosso dia-a-dia. Estamos também rodeados de sistemas de transporte, de informação, de aparelhos muito diversos, com os quais temos que saber lidar. Estes conhecimentos, no seu conjunto, formam um tipo de saber a que se chama senso comum. O conhecimento científico transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura. Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão. Por isso surge à importância do conhecimento cientifico.
Site:UTFPR - Servidor de Cursos UAB
Curso:(Turma 2) Normas ABNT-UTFPR e Estruturação de um Trabalho Científico
Livro:Ciência e Conhecimento Científico
Impresso por:Silmara Yurksaityte Mendez
Data:terça, 29 janeiro 2013, 15:00

1 CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Na nossa vida quotidiana necessitamos de um conjunto muito vasto de conhecimentos, relacionados com a forma como a realidade em que vivemos funciona, temos que saber como tratar as pessoas com as quais nos relacionamos, temos que saber como nos devemos comportar em cada uma das circunstâncias em que nos situamos no nosso dia-a-dia. Estamos também rodeados de sistemas de transporte, de informação, de aparelhos muito diversos, com os quais temos que saber lidar. Estes conhecimentos, no seu conjunto, formam um tipo de saber a que se chama senso comum.
O conhecimento científico transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura.
Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelam a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão. Por isso surge a importância do conhecimento cientifico.


1.1 CIÊNCIA
A ciência é uma forma particular de conhecer o mundo. É o saber produzido através do raciocínio lógico associado à experimentação prática. Caracteriza-se por um conjunto de modelos de observação, identificação, descrição, investigação experimental e explanação teórica de fenômenos.
Diversos autores tentaram definir o que se entende por ciência, uma das definições foi dada por Trujillo (1974, p.8) “a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”.
Segundo Lakatos e Marconi (2010, p.62) as ciências possuem objetivo ou finalidade, função e objeto.
Objetivo ou finalidade: Tem a preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos.
Função: Aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo.
objeto está subdividido em material e formal. Material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral. Formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material (LAKATOS; MARCONI, 2010, p.63).
Para Ferreira (1999) ciência é o:
“conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão, e estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e, possibilitar, orientar a natureza e as atividades humanas”.


1.2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Os Gregos, na Antiguidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer vínculo entre ciência e pensamento sistematizado (filosofia, sociologia...), que perdurou até o início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de produzir a sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Física de Newton, a Astronomia de Galileu, etc.
Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições e até mesmo o planeta Terra. O homem passou, então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para o controle da produção do conhecimento. Assim sendo, ciência e filosofia se separam.
Portanto, podemos afirmar que o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos. Ele transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura.
Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão.
Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la científica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida, por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar dados e então testar suas hipóteses, que poderão se transformar em leis e, posteriormente, ser incorporadas às teorias que possam explicar e prever os fenômenos.


1.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Dentre as características do conhecimento científico, destacamos três características descritas por Unamuno (1996), sendo elas:
Primeira: O conhecimento cientifico baseia-se na evidência verificável. Isto significa que os seus resultados e conclusões podem ser sempre verificados ou confirmados por outras pessoas. Todas as conclusões devem permanecer abertas, pois no futuro podem aparecer justificações mais razoáveis. Alem disso a ciência nunca é detentora de verdades absolutas.
Segunda: A ciência é eticamente neutra, mas o cientista, por ser um indivíduo, não o é, cada um de nos tem um sistema de valores que influencia a sua vida em sociedade. Desta forma, quando se produz energia nuclear, em paz é para produzir eletricidade, mas em guerra pode ser para produzir mísseis.
Terceira: O conhecimento científico tem por base técnicas específicas para recolher dados, que garantem: exatidão (dados que correspondem aos fatos, é a precisão (dados que refletem bem a medida, o grau desses fatos observados), assim, a investigação científica baseia-se numa recolha sistemática dos dados, que devem logo ser registrados, e tudo deve ser feito com objetividade, não devendo ser influenciados por preferências, crenças, desejos e valores.
"Todo conhecimento tem uma finalidade. Saber por saber, por mais que se diga em contrário, não passa de um contra-senso" (UNAMUNO, 1996).


1.4 SENSO COMUM
Senso comum (ou conhecimento espontâneo, ou conhecimento vulgar) é a primeira compreensão do mundo resultante da herança fecunda de um grupo social e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos projetos de vida, adquirimos convicções e confiança para agir. É baseado em fontes de conhecimento entre as quais o bom-senso, a tradição, a intuição é a autoridade de um conhecimento específico.
Quando alguém reclama de dores no fígado, esta pessoa pode fazer um chá de boldo que já era usada pelos avós de nossos avós, sem no entanto conhecer o princípio ativo (substância química responsável pela cura) das folhas e seu efeito nas doenças hepáticas.
O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. Para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, lembrando que por dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência. Depois de cerca de quatro séculos, desde que surgiu com seus fundadores, curiosamente a ciência está apresentando sérias ameaças à nossa sobrevivência. (ALVEZ, 2003, p. 21).
No senso comum não há análise, o senso comum é o que as pessoas usam no seu quotidiano, o que é natural, o que elas pensam que é verdade.

1.5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SENSO COMUM
A seguir estão descritas as principais características do senso comum:
Caráter empírico – o senso comum é um saber que deriva diretamente da experiência quotidiana, não necessitando, por isso de uma elaboração racional dos dados recolhidos através dessa experiência.
Caráter acrítico – não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade.
Caráter assistemático – o senso comum não é estruturado racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional que lhe dê coerência.
Caráter ametódico – o senso comum não tem método, ou seja, é um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O senso comum é um saber que nasce da sedimentação casual da experiência captada ao nível da experiência quotidiana (por isso se diz que o senso comum é sincrético).
Caráter aparente ou ilusório – Como não há a preocupação de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que se contenta com as aparências, formando por isso, uma representação ilusória, deturpada e falsa, da realidade.
Caráter coletivo – O senso comum é um saber partilhado pelos membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social.
Caráter subjetivo – O senso comum é subjetivo, porque não é objetivo: cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de testá-las ou de fundamentá-las num exame isento e crítico da realidade.
Caráter superficial – O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
Caráter particular – o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade (por isso também se diz que ele é fragmentário), não podendo, assim, fazer generalizações fundamentadas.
Caráter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática quotidiana e está totalmente orientado para o desempenho das tarefas da vida quotidiana, por isso as informações que o compõem são o mais simples e diretas possível.

1.6 O SENSO COMUM E A CIÊNCIA
A ideia de que todo cientista é uma pessoa de inteligência incontestável é amplamente divulgada pela mídia e essa divulgação não é gratuita. Com essa imagem de "ser superior" o cientista torna-se um formador de opinião, induzindo o pensamento das camadas populares e vendendo produtos nos comerciais de televisão. Só que a realidade passa longe disso.
Um indivíduo é considerado cientista quando se especializa em um determinado assunto e essa especialização parte de um conhecimento prévio do indivíduo. Em outras palavras, todo indivíduo dotado de um conhecimento prévio comum a todos pode buscar uma especialização. Mas o que é esse conhecimento prévio? É o que se costuma chamar de senso comum.
Pode-se dizer que senso comum são os conhecimentos adquiridos ao longo da vida que independem de um treinamento científico. Em contrapartida, não existe treinamento científico sem base no senso comum. Este é o aperfeiçoamento daquele. É como o origami. Aprender a fazer dobraduras é especializar-se no ato de dobrar um papel, mas dobrar papel todo mundo sabe. A especialização consiste nas formas e sequências que devem ser dobrados os papéis.
Diz-se que a ciência, ao contrário do senso comum, não acredita em magia. Como explicar então o fato de um médico (cientista), por exemplo, ter uma determinada crença ou religião? Não deveriam ser todos os médicos ateus? A crença de um médico religioso está enraizada no seu senso comum. Este senso não o abandona durante o treinamento científico porque o treino surge a partir do senso comum e não contra ele.
O senso comum e a ciência partem do mesmo princípio: a necessidade do homem de compreender o mundo e a si mesmo. O ser humano, por milhares de anos, viveu numa sociedade em que não havia ciência e mesmo assim deu continuidade ao processo de evolução. É preciso compreender que sendo a ciência um refinamento do senso comum, devemos então respeitá-lo e não desprezá-lo, já que esse serve de ponto de partida para aquela.
Para desenvolver o pensamento científico é preciso saber solucionar problemas. Enxergar além dele, ter em vista um objetivo bem definido a ser alcançado. Também é preciso ter imaginação para levantar hipóteses porque quem mantém os dois pés sempre no chão não sai do lugar.
Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto. E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com crítica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando-se um método, uma crítica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos. (LARA, 1983, p 56).


1.7 CONHECIMENTO FILOSÓFICO E TEOLÓGICO
O Conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Segundo Lakatos e Marconi (2010, p. 61) “o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana”.
 O conhecimento filosófico apresenta as seguintes características: é valorativo; racional; sistemático; não verificável; infalível e exato.
Valorativo: Pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas a observação: as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência e não da experimentação.
Não verificável: Pois os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados e nem refutados.
Racional: Por consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados.
Sistematíco: Pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.
Infalível e Exato: Posto que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidas ao decisivo da observação (experimentação).
O conhecimento teológico ou religioso é revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Exemplificando: é acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.
 Para Lakatos e Marconi (2010, p.61):
O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas). É um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” da divindade (sobrenatural).


1.8 REFERÊNCIAS
ALVEZ, R. Filosofia da ciência. São Paulo: Loyola, 2003.
FERREIRA, A.B. de H. Dicionário Aurélio eletrônico século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 1CD-Room.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LARA, Marilda Lopes Gínez de. Algumas contribuições da semiologia e da semiótica para a análise das linguagens documentárias. Brasília, Ciência da Informação, v. 22, n. 3, p. 223-226, set/dez. 1993.
TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. 250 p.
UNAMUNO, M. Do sentimento trágico da vida. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Ed. Martins Fontes: 1996.

Materia ABNT - Pesquisa


Pesquisa
CONCEITO A pesquisa pode ser definida como atividade científica por meio da qual se revelam aspectos da realidade. De acordo com Gil (2010, p. 1) pesquisa é o “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Assim, a pesquisa, é desenvolvida através de métodos e técnicas de investigação científica, objetivando solucionar os problemas propostos na pesquisa. Para Ander-Egg (1978, p.28 citado por LAKATOS; MARCONI, 2010, p.139), a pesquisa é um “procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”. Ainda conforme Lakatos e Marconi (2001, p.43), “a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”. Para a realização de uma pesquisa é necessário confrontar os dados, as informações coletadas e conhecimento teórico sobre determinado assunto. O êxito da pesquisa depende do pesquisador, de sua curiosidade, criatividade, atitude autocorretiva, sensibilidade social, perseverança, paciência, confiança, dentre outros aspectos (GIL, 2002). No entanto, para a realização da pesquisa, é necessário a elaboração de um projeto de pesquisa que tem como objetivo mapear, de forma sistemática, como realizar a pesquisa, ou seja, o caminho a ser percorrido durante a pesquisa, a fim de que as ações sejam planejadas, evitando assim, que se perca tempo realizando ações desnecessárias para o êxito da pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (2010, p.139) o desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos:“1- Seleção do tópico ou problema para investigação; 2- definição e diferenciação do problema; 3- levantamento de hipóteses de trabalho; 4- coleta, sistematização e classificação dos dados; 5- análise e interpretação dos dados e 6- relatório do resultado da pesquisa”.
Site:UTFPR - Servidor de Cursos UAB
Curso:(Turma 2) Normas ABNT-UTFPR e Estruturação de um Trabalho Científico
Livro:Pesquisa
Impresso por:Silmara Yurksaityte Mendez
Data:quarta, 30 janeiro 2013, 14:13
1 PESQUISA
1.1 CONCEITO
A pesquisa pode ser definida como atividade científica por meio da qual se revelam aspectos da realidade. De acordo com Gil (2010, p. 1) pesquisa é o “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Assim, a pesquisa, é desenvolvida através de métodos e técnicas de investigação científica, objetivando solucionar os problemas propostos na pesquisa. Para Ander-Egg (1978, p.28 citado por LAKATOS; MARCONI, 2010, p.139), a pesquisa é um “procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”. Ainda conforme Lakatos e Marconi (2001, p.43), “a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.
Para a realização de uma pesquisa é necessário confrontar os dados, as informações coletadas e conhecimento teórico sobre determinado assunto. O êxito da pesquisa depende do pesquisador, de sua curiosidade, criatividade, atitude autocorretiva, sensibilidade social, perseverança, paciência, confiança, dentre outros aspectos (GIL, 2002).
No entanto, para a realização da pesquisa, é necessário a elaboração de um projeto de pesquisa que tem como objetivo mapear, de forma sistemática, como realizar a pesquisa, ou seja, o caminho a ser percorrido durante a pesquisa, a fim de que as ações sejam planejadas, evitando assim, que se perca tempo realizando ações desnecessárias para o êxito da pesquisa.
Segundo Lakatos e Marconi (2010, p.139) o desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos:“1- Seleção do tópico ou problema para investigação; 2- definição e diferenciação do problema; 3- levantamento de hipóteses de trabalho; 4- coleta, sistematização e classificação dos dados; 5- análise e interpretação dos dados e 6- relatório do resultado da pesquisa”.

1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS
As pesquisas podem ser classificadas de diferentes maneiras. Buscando uma classificação que seja coerente, é necessário definir previamente o critério adotado para a classificação.
Segundo Gil (2010) “é possível estabelecer múltiplos sistemas de classificação e defini-las segundo a área do conhecimento, a finalidade, o nível de explicação e os métodos adotados”.

1.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS SEGUNDO A ÁREA DO CONHECIMENTO
Segundo a área do conhecimento de acordo com o CNPq citado por Gil (2010, p.26) “as pesquisas são classificadas em sete grandes áreas: 1. Ciências Exatas e da Terra; 2. Ciências Biológicas; 3. Engenharias; 4. Ciências da Saúde; 5. Ciências Agrárias; 6. Ciências Sociais Aplicadas; e 7. Ciências Humanas.
 Cada uma dessas áreas, por sua vez, é subdividida em subáreas, que são estabelecidas em função dos objetos de estudos e dos procedimentos metodológicos.

1.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS SEGUNDO SUA FINALIDADE OU NATUREZA
Segundo Gil (2010, p.26), “uma das maneiras mais tradicionais de classificação das pesquisas é a que estabelece duas grandes categorias, denominadas de pesquisa básica e pesquisa aplicada”.
Pesquisa Básica: reúne estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento. Ou seja, objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa Aplicada: abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem. Ou seja, objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
 Em decorrência da ampliação da quantidade de pesquisas, tanto básicas quanto aplicadas, vem surgindo novos sistemas de classificação. Um desses sistemas é proposto pela Adelaide University (2008) citado por Gil (2010, p.26), que define em:
Pesquisa básica pura: pesquisas destinadas unicamente à ampliação do conhecimento, sem qualquer preocupação com seus possíveis benefícios.
Pesquisa básica estratégica: pesquisas voltadas à aquisição de novos conhecimentos a amplas áreas com vistas à solução de reconhecidos problemas práticos.
Pesquisa aplicada. Pesquisas voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica.
Desenvolvimento experimental. Trabalho sistemático, que utiliza conhecimentos derivados da pesquisa ou experiência prática com vistas à produção de novos materiais, equipamentos, políticas e comportamentos, ou à instalação ou melhoria de novos sistemas de serviços.

1.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS SEUS OBJETIVOS
Toda pesquisa tem seus propósitos, naturalmente seus objetivos tendem a ser diferentes dos objetivos de qualquer outra pesquisa. De acordo com Gil (2010, p.27) em relação aos objetivos mais gerais as pesquisas classificam-se em: pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema estudado, a fim de torná-lo explícito ou a construir hipóteses; tendo, portanto, como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou descobertas. Envolve levantamento bibliográfico, estudo de caso, “entrevistas com pessoas que possuem experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão” (SELLTIZ et al., 1967, p.63 apud GIL, 2002). Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso.
Pesquisa Descritiva: objetiva descrever as características de determinada situação, população, podendo ser utilizada para identificar relações entre variáveis. Assume, em geral, a forma de pesquisa Etnográfica e Levantamento. Envolvem o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
Pesquisa Explicativa: visa a identificação de fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Dessa forma, estuda e descreve características ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade estudada. Esse tipo de pesquisa é a que mais aprofunda o conhecimento da realidade, pois explica a razão, o “porquê” das coisas. Sendo assim, é complexa e delicada, visto que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Quando realizada em pesquisas na área das ciências sociais, requer o uso do método observacional e em pesquisas na área de ciências naturais requer o uso do método experimental. Utiliza-se de técnicas padronizadas para coleta de dados, como questionário e observação. Assume a forma de pesquisa experimental e ou quase experimental. (Gil, 2002).

1.6 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS OU MÉTODOS EMPREGADOS
Segundo Gil (2010, p.28) “para avaliar a qualidade dos resultados de uma pesquisa, torna-se necessário saber como os dados foram obtidos, bem como os procedimentos adotados em sua análise e interpretação”. Justifica-se então o surgimento de sistemas que classificam as pesquisas segundo a natureza dos dados em pesquisa quantitativa e qualitativa, em relação ao ambiente em que estes dados foram coletados em pesquisa de campo ou de laboratório, em relação ao grau de controle das variáveis em pesquisa experimental e não experimental, etc.
 A seguir apresenta-se uma síntese de cada um dos tipos de pesquisas, segundo seus procedimentos técnicos, extraídos de Gil (2010).
Pesquisa Bibliográfica: é elaborada a partir de toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com artigos e periódicos disponibilizados na Internet.
Pesquisa Documental: Quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico. A análise documental difere-se da pesquisa bibliográfica devido a natureza das fontes. Os documentos são fontes ricas e estáveis de dados, não exigindo o contato com os sujeitos da pesquisa. Dessa forma, consideram-se documentos, relatórios de pesquisa, tabelas estatísticas, autobiografias, regulamentos, leis, documentos cartoriais, normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, etc.
Pesquisa Experimental: descreve o que ocorrerá ou poderá ocorrer através de experimentos. Nessa pesquisa, determina-se um objeto de estudo, verifica- se e selecionam-se as variáveis, define-se as formas de controle e observa-se os efeitos produzidos pela variável no objeto. O pesquisador é agente ativo durante a pesquisa.
Levantamento: As informações são obtidas com um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado através de interrogação direta às pessoas (exemplo: levantamento de dados através de questionários). Após a coleta das informações, faz-se uma análise quantitativa dos dados para a obtenção dos resultados.
Estudo de caso: é o estudo de um caso, seja simples ou específico. Deve ser bem delimitado, com contornos claros e definido. O estudo de caso pode ser similar a outros, porém, é ao mesmo tempo distinto, pois possui como foco interesses próprios e singulares. Visa à descoberta, enfatiza a interpretação em contexto, retrata a realidade de forma completa e profunda, usa uma variedade de fontes de informação, representa os diferentes ou conflitantes pontos de vista presentes numa situação social e deve apresentar linguagem e forma acessível.
Pesquisa de campo: assemelha-se ao levantamento, no entanto, apresenta maior aprofundamento das questões propostas. Essa pesquisa estuda um único grupo ou comunidade, ressaltando a interação dos participantes. Dessa forma, exige maior flexibilidade e utiliza-se de técnicas de observação. O pesquisador tem experiência direta com a situação estudada, devendo permanecer o maior tempo possível na comunidade, a fim de entender as regras e costumes que regem o grupo estudado.
Pesquisa Ex-Post-Facto: o “experimento” é realizado depois dos fatos. São tomadas situações que se desenvolveram naturalmente, trabalhando nelas como se estivessem submetidas a controle. Seus estudos envolvem a sociedade global, em que são investigados determinantes econômicos e sociais.
Exemplo: existem duas cidades, aproximadamente com o mesmo tamanho, tendo características sócio-culturais parecidas e com o mesmo tempo de fundação. Numa delas instala-se um fábrica e as mudanças dessa cidade são atribuídas a esse fato, pois a fábrica é o único fator relevante a ser observado.
Pesquisa-ação: requer o envolvimento ativo do pesquisador e ação por parte dos grupos envolvidos na pesquisa de modo cooperativo ou participativo. Essa pesquisa é vista, muitas vezes, como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos. No entanto, é considerada muito útil nas pesquisas identificadas por ideologias “reformistas” e “participativas”.
Pesquisa Participante: consiste na participação, interação real do pesquisador com a comunidade ou grupo investigado. A pesquisa pode acontecer de duas formas: natural, em que o pesquisador pertence à mesma comunidade ou grupo investigado, e artificial, em que o pesquisador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações.
Ensaio Clínico: Constitui um tipo de pesquisa em que o investigador aplica um tratamento denominado de intervenção. Com o objetivo principal o de responder questões referentes à eficácia de novas drogas ou tratamentos, São estudos de caráter experimental ou quase experimental, realizados com pessoas voluntárias.
Estudo de Corte: Visa estudar um grupo de pessoas que têm alguma característica comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada por certo período de tempo. Para observar e analisar o que acontece com elas.
Estudo Caso-controle: São estudos ex-post-facto, ou seja, feitos de trás pra frente, depois que os fatos ocorrem. Em síntese: partem do consequente (a doença) para o antecedente (a exposição ao fator de risco). Neste estudo o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu. O pesquisador procura identificar situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se estivessem submetidas a controle.

1.7 QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM OU NATUREZA DOS DADOS

Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, traduzindo em números opiniões e informações para dessa forma, classificá-los e analisá-los. Utiliza recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, desvio padrão, moda, média, etc.). O tema pesquisado é claro e familiar.
Pesquisa Qualitativa: A pesquisa qualitativa não pode ser traduzida em números. A interpretação dos fenômenos, dos dados coletados (textos reais, escritos ou orais, não verbais) e a atribuição de significados são elementos básicos. Não se utiliza métodos e técnicas estatísticos e o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados. A pesquisa qualitativa é descritiva, podendo descrever pessoas, situações, acontecimentos, transcrições de entrevistas e acontecimentos, fotografias, desenhos, documentos etc; sendo assim, o pesquisador é o instrumento chave para a pesquisa, tendendo a analisar seus dados indutivamente. Na pesquisa qualitativa o processo e seu significado são os focos principais. O tema não é familiar, exigindo flexibilidade para lidar com o inesperado. A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos que são obtidos através do contato direto do pesquisador com a situação estudada, através de pesquisa exploratória, enfatizando mais o processo do que o produto e preocupando-se em retratar a perspectiva dos participantes.

1.8 CONSIDERAÇÕES SOBRE A DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Tema: na sua escolha, o acadêmico, o pós-graduando ou o pesquisador deve dimensionar o interesse que tem pelo assunto; avaliar se possui qualificação (intelectual) para submetê-lo a uma investigação; verificar se existe bibliografia especializada suficiente para sua fundamentação. O tema deverá indicar, sob forma de enunciado, os aspectos que serão investigados na pesquisa.
Delimitação do tema e formulação do problema: delimitar é indicar a abrangência do estudo, ou seja, é estabelecer os limites extensionais e conceituais do tema em questão. Enquanto princípio de logicidade, é importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática. Delimitado o tema, o passo seguinte é a sua problematização. Gil (2002) aponta cinco “regras” para a adequada formulação do problema. São elas: a) o problema deve ser formulado como uma pergunta; b) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável; c) o problema deve ter clareza; d) o problema deve ser preciso; e) o problema deve apresentar referências empíricas. As regras não são absolutamente rígidas e devem ser moldadas à especificidade do problema. É importante, também, lembrar que cada orientador possui uma forma própria de problematizar as questões de pesquisa.
Justificativa: a justificativa situa a importância do estudo e os porquês da realização da pesquisa. O texto da justificativa, em geral, deve apresentar os motivos que levaram à investigação do problema e endereçar a discussão à relevância teórica e prática, social e científica do assunto.
Objetivos: os objetivos indicam as ações que serão desenvolvidas para a resolução do problema de pesquisa. O objetivo geral é apresentado na forma de um enunciado que reúne, ao mesmo tempo, todos os objetivos específicos. Os objetivos específicos informam sobre as ações particulares que dizem respeito à análise teórica e aos meios técnicos de investigação do problema.
Hipótese(s): consiste em apresentar um ou mais enunciados, sob forma de sentença declarativa e que resolve (em) provisoriamente o problema. A pesquisa tratará de buscar respostas que refutam ou corroboram as suposições que forem apresentadas. Dependendo da natureza do problema e da forma de o orientador trabalhar, este item pode ser opcional.
Definição dos conceitos operacionais: consiste em apresentar o significado que os termos do problema assumem na pesquisa. Através das definições, diz Köche (2001), [...]“é possível estabelecer os indicadores que podem ser utilizados para categorizar as variáveis”. É importante salientar que não será possível estabelecer instrumentos e procedimentos para coleta de dados, se os indicadores das variáveis não estiverem previamente definidos.

1.9 REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico também pode ser chamado de revisão de literatura, pressupostos teóricos, revisão bibliográfica, marco teórico, etc. Esta etapa do projeto da pesquisa é importante, porque apresenta uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de fundamentá-lo nas teorias existentes. As ideias apresentadas no texto devem estar organicamente ligadas com os objetivos, hipóteses, definição conceitual e operacional das variáveis e outras partes do projeto de pesquisa. A fundamentação teórica apresentada deve, ainda, servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do relatório final da pesquisa. Os dados apresentados devem, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias existentes.
Para Silva e Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura?
A fundamentação é a base de sustentação teórica da pesquisa pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica.

1.10 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa, segundo Gil (2002), “refere-se ao planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla”, ou seja, neste momento o investigador estabelece os meios técnicos da investigação prevendo-se os instrumentos e procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados. O delineamento da pesquisa, em geral, apresenta os seguintes elementos:
Tipo de pesquisa: consiste em informar qual o desenho que a pesquisa terá, ou seja, se a pesquisa será bibliográfica, ou descritiva, ou experimental, ou estudo de caso, ou documental, etc. É necessário, então, que o investigador justifique o tipo de pesquisa que escolheu e apresente, de imediato, seu conceito;
População/amostra: indica se a pesquisa vai abranger o universo populacional da realidade pesquisada ou se apenas uma amostra. No caso de se optar por uma ou por outra, é necessário informar os procedimentos e/ou critérios adotados para a sua execução. Informam-se também, características gerais da população a ser investigada (cidade, município, bairro);
Instrumentos utilizados para coleta de dados: consistem em indicar o tipo de instrumento utilizado para registro dos dados que serão coletados. No caso de questionários ou entrevistas deve se apresentar o modelo em anexo;
Procedimentos utilizados na coleta de dados: informam-se as operações que serão executadas no momento da coleta de dados;
Procedimentos para análise e interpretação de dados: indicam-se os recursos que serão utilizados para a análise dos dados. Se forem estatísticos, devem ser informados os tipos de gráficos, quadros ou tabelas;
Cronograma: previsão das atividades e, respectivamente, período (dia ou mês) de execução;
Referências: relação das obras utilizadas para a fundamentação do problema de pesquisa. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR – 6023 de agosto de 2002), deverá ser consultada para que os elementos que identificam a referência (livros, periódicos, etc.) sejam apresentados corretamente.

1.11 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023. Informação e documentação – Referências - Elaboração . Rio de Janeiro, Ago 2002.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 19.ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
______. Fundamentos de Metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual. - Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFS


Materia ABNT - Metodologia, Método e Técnica


Metodologia, Método e Técnica
A metodologia é o caminho para o pensamento, ela é composta por um conjunto de técnicas claras e coerentes, elaboradas com o intuito de encaminhar os impasses teóricos para o desafio da prática e para a o desenvolvimento do potencial criativo do pesquisador. Segundo Michaelis (2000, v.2, p.1368), “metodologia é a arte de guiar o espírito na investigação da verdade”. É um dos instrumentos utilizados para conhecer a verdade e se chegar a um conhecimento. A teoria e a metodologia caminham juntas. A teoria é um conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou da ciência, ou seja, é o conhecimento que nos servimos no processo de investigação como um sistema organizado de proposições que orientam a obtenção de dados. A teoria é construída para explicar ou compreender um fenômeno, um processo ou conjunto de fenômenos e processos. Neste sentido, a metodologia da pesquisa oferece estratégias que facilitam o processo de construção do conhecimento, a serem aplicados, sobretudo na universidade nos cursos de graduação e de pós-graduação. Assume o papel de incentivo à pesquisa, como instrumento fundamental de construção do conhecimento. Na pesquisa científica há de se atender a três pressupostos básicos: a) a epistemologia, âncora do fato ou fenômeno a ser investigado, a partir do corpo teórico existente, no qual se incluem subsídios advindos das diversas áreas do conhecimento com suas leis científicas, teorias, teoremas, axiomas, princípios, escolas, correntes etc.; b) o procedimental, representando a metodologia - o caminho a ser percorrido para se atingir os objetivos previamente estabelecidos; c) os aspectos de normalização, de que trata a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, com suas diversas NBRs, bem como, os requisitos do nível culto da língua portuguesa, caracterizando-se o texto pela objetividade, clareza, coesão, consistência, imparcialidade, e, ainda, as exigências para a formatação/apresentação de um trabalho científico e de publicações científicas.
Site:UTFPR - Servidor de Cursos UAB
Curso:(Turma 2) Normas ABNT-UTFPR e Estruturação de um Trabalho Científico
Livro:Metodologia, Método e Técnica
Impresso por:Silmara Yurksaityte Mendez
Data:quarta, 30 janeiro 2013, 14:09
1 METODOLOGIA, MÉTODO E TÉCNICA
A metodologia é o caminho para o pensamento, ela é composta por um conjunto de técnicas claras e coerentes, elaboradas com o intuito de encaminhar os impasses teóricos para o desafio da prática e para a o desenvolvimento do potencial criativo do pesquisador. Segundo Michaelis (2000, v.2, p.1368), “metodologia é a arte de guiar o espírito na investigação da verdade”. É um dos instrumentos utilizados para conhecer a verdade e se chegar a um conhecimento.
A teoria e a metodologia caminham juntas. A teoria é um conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou da ciência, ou seja, é o conhecimento que nos servimos no processo de investigação como um sistema organizado de proposições que orientam a obtenção de dados. A teoria é construída para explicar ou compreender um fenômeno, um processo ou conjunto de fenômenos e processos.
Neste sentido, a metodologia da pesquisa oferece estratégias que facilitam o processo de construção do conhecimento, a serem aplicados, sobretudo na universidade nos cursos de graduação e de pós-graduação. Assume o papel de incentivo à pesquisa, como instrumento fundamental de construção do conhecimento.
Na pesquisa científica há de se atender a três pressupostos básicos:
a) a epistemologia, âncora do fato ou fenômeno a ser investigado, a partir do corpo teórico existente, no qual se incluem subsídios advindos das diversas áreas do conhecimento com suas leis científicas, teorias, teoremas, axiomas, princípios, escolas, correntes etc.;
b) o procedimental, representando a metodologia - o caminho a ser percorrido para se atingir os objetivos previamente estabelecidos;
c) os aspectos de normalização, de que trata a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, com suas diversas NBRs, bem como, os requisitos do nível culto da língua portuguesa, caracterizando-se o texto pela objetividade, clareza, coesão, consistência, imparcialidade, e, ainda, as exigências para a formatação/apresentação de um trabalho científico e de publicações científicas.

1.1 MÉTODO E TÉCNICA
A utilização de métodos científicos não é uma questão exclusiva da Ciência. Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos, em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Para melhor entendimento será apresentado alguns conceitos de método e na sequência a diferença entre método e técnica, possibilitando melhor entendimento dessa relação com a Ciência.

1.2 CONCEITO DE MÉTODO
Lakatos e Marconi (2010, p.65) definem: “o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
 Também Oliveira (2002, p.58) contribui, afirmando que método é um conjunto de regras ou critérios que servem de referência no processo de busca da explicação ou da elaboração de previsões, em relação a questões ou problemas específicos.
 Para Cervo e Bervian (2002, p.23-25), não inventamos um método, ele depende do objeto da pesquisa, pois toda investigação nasce de algum problema observado ou sentido, por isso o uso do conjunto de etapas de que se serve o método científico, para fornecer subsídios necessários na busca de um resultado para a hipótese da pesquisa.
Segundo Fachin (2003, p. 28), o método científico é um traço característico da ciência aplicada, pelo qual se coloca em evidência o conjunto de etapas operacionais ocorrido na manipulação para alcançar determinado objetivo científico. Para tanto, consideramos pelo menos dois aspectos do método científico: 1- sua aplicação de modo generalizado, denominada método geral; 2- sua aplicação de forma particular, ou, relativamente, a uma situação do questionamento científico, denominada método específico.
Você já pode entender que a ciência é constituída de um conhecimento racional, metódico e sistemático, capaz de ser submetido à verificação, buscado através de métodos e técnicas diversas, ou seja, por passos nos quais se descobrem novas relações entre fenômenos que interessam a um determinado ramo científico ou aspectos ainda não revelados de um determinado fenômeno (GALLIANO, 1986, p. 28).
 Dentre os métodos mais usuais para o desenvolvimento e a ordenação do raciocínio, Bastos e Keller (2002, p.84-85) destacam a dedução e a indução.
Dedução: descobre uma verdade a partir de outras verdades que já conhecemos;
Indução: parte da enumeração de experiência ou casos particulares, para chegar a conclusões de ordem universal. Inclui quatro etapas: observação, hipótese, experimentação e a constatação. Constata-se a hipótese levantada, para explicar o fato observado, e é confirmada pela experimentação e transformada em teoria ou lei.
 De acordo com Fachin (2003, p.29-31) para a compreensão dos fatos pela ciência, os procedimentos fundamentais na pesquisa devem ser processados pelo método indutivo (análise) e pelo método dedutivo (síntese).
Indutivo: é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análise de dados particulares, encaminhamos para as noções gerais. Como exemplo a autora descreve: partindo da observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Disso infere, por análise indutiva, que a prata é condutor de eletricidade.
Dedutivoparte do geral para o particular. Sobre o mesmo exemplo, a autora afirma que todos os metais são condutores de eletricidade. A prata é um metal, logo, é condutor de eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal.
Os métodos indutivo e dedutivo não se opõem e constituem uma única cadeia de raciocínio. O método indutivo é uma fase meramente científica, é o espírito experimental da ciência, que oferece probabilidades, enquanto o dedutivo é a fase da realização da atividade, oferecendo certezas (FACHIN, 2003, p.31).
Oliveira (2002, p. 63) complementa, sobre os métodos indutivo e dedutivo, quando observa que:
A dedução e a indução, tal como a síntese e análise, generalizações e abstrações, não são métodos isolados de raciocínio de pesquisa. Eles se completam [...]; a conclusão estabelecida pela indução pode servir de princípio – premissa maior - para a dedução, mas a conclusão da dedução pode também servir de princípio da indução seguinte – premissa menor –, e assim sucessivamente.
O método científico não é um só, existem diferentes formas de procedermos para obter resultados científicos; os métodos analítico e sintético, indutivo e dedutivo são de importância fundamental para a construção da base teórica de todas as ciências, cabe ao pesquisador decidir qual o método mais adequado a sua pesquisa (MIRANDA NETO, 2005).

1.3 CONCEITO DE TÉCNICA
Para Miranda Neto (2005, p.39) a técnica da pesquisa trata dos procedimentos práticos que devem ser adotados para realizar um trabalho científico, qualquer que seja o método aplicado. A técnica serve para registrar e quantificar os dados observados, ordená-los e classificá-los. A técnica, especifica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p. 58).
Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de técnicas adequadas, capazes de coletar dados suficientes, de modo que deem conta dos objetivos traçados, quando da sua projeção. Para determinar o tipo de instrumento, é necessário observar o que será estudado, a que irá reportar.
Na realização de uma pesquisa, segundo Oliveira (2002, p. 66), depois de definidas as fontes de dados e o tipo de pesquisa, que pode ser de campo ou de laboratório, devemos levantar as técnicas a serem utilizadas para a coleta de dados, destacando-se: questionários, entrevistas, observação, formulários e discussão em grupo.
A Técnica está relacionada ao modo de realizar a pesquisa, à coleta de dados, ou seja, refere-se à prática da pesquisa. A técnica são os princípios e as normas que auxiliam a aplicação do método. Método é o caminho que se segue mediante uma série de operações e regras aptas para alcançar um resultado que se tem em vista; técnica, por sua vez, é a forma utilizada para percorrer esse caminho (HENRIQUES; MEDEIROS, 2000, p.23).
Na realização de uma pesquisa, pode utilizar-se de um ou de vários tipos de métodos. Fachin (2002, p.35-54) apresenta alguns métodos que podem ser utilizados, isoladamente ou em conjunto, na realização de uma pesquisa. São eles:
Método Observacional: Inicia e acompanha qualquer pesquisa. Inicia-se com as primeiras etapas do estudo e alcança os estágios mais avançados da pesquisa. Não se confunde com a observação natural do ser humano, pois a observação científica deve ser planejada com objetivos definidos e dirigida para um fato específico. Os dados observados devem ser sistematicamente registrados e avaliados. A observação deve ser submetida à verificação e controles de validade e precisão. O método observacional permite, inclusive, aprimorar outros tipos de pesquisa.
Método Comparativo: Investiga coisas ou fatos, explicando-os segundo suas diferenças e similaridades. É muito utilizado na pesquisa social. O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou diferentes estágios de desenvolvimento.
Método Histórico: Investiga fatos do passado para verificar possíveis projeções e influências na sociedade contemporânea. Esse método trabalha com a temporalidade. Utilizando-se de procedimentos atuais, estuda o passado para explicar o presente.
Método Experimental: Submete os objetos de estudo à influência de variáveis, conforme o planejamento e o controle do pesquisador. As variáveis são manipuladas de acordo com o planejamento preestabelecido.
Método do Estudo de Caso: A pesquisa é realizada tomando-se por base um caso concreto e específico. Esse método é caracterizado por ser um estudo intensivo, ou seja, analisa o maior número de variáveis do caso investigado. Os estudos de caso são auxiliados pela formulação de hipóteses, pelo uso da estatística, de formulários de entrevistas e, em algumas situações específicas, pelo questionário como instrumento de pesquisa.
Método Estatístico: Aplica-se, no método estatístico, a teoria da estatística da probabilidade, que estuda fenômenos aleatórios, pois eles se repetem e estão associados a uma variabilidade constante. Os procedimentos utilizados nesse método apoiam-se na teoria da amostragem. Utilizando-se de testes estatísticos, é possível determinar, numericamente, a probabilidade de acertos de uma conclusão, bem como a margem de erro de um valor alcançado.

1.4 REFERÊNCIAS
BASTOS, Cleverson Leite: KELLER, Vicente; MARTIM, Irineu: LENGRAND, Paul. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 104p.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 242p.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 195p.
GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200p.
HENRIQUES, A.; MEDEIROS, J.B. Monografia no curso de direito: trablho de conclusão de curso. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297p.
MICHAELIS, 2000. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. (Em 2 Volumes) - Idioma: Português (Brasil). 2292 p.
MIRANDA NETO, Manoel José de. Pesquisa para o planejamento: métodos e técnicas. Rio de Janeiro: FGV, 2005. 84p.
OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografia, dissertação e teses. 2. ed., quarta reimpressão. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.